Lembranças (boas) da escola ...
Quando voltei a estudar depois de quase 30 anos ter saído da faculdade, senti muito frio na espinha. Uma insegurança tomava conta de mim . Como fazer o cérebro trabalhar para novas aquisições ? Não havia mais aquela máquina acelerada que captava, entendia e - pronto! Voilá! Pode mandar outra que já estou pronto! Eu realmente desacreditei que fosse conseguir. Afinal, quarenta e tantos anos de idade e aprendendo várias matérias que nunca havia estudado num banco de cursinhos onde meus colegas tinham cerca de 20 e poucos anos. Brrrrr- que frio na barriga...
Mas, depois de uma semana em que me senti perdida olhando para todo aquele material - apostilas, livros e edital de concurso, resolvi buscar na memória o tempo de estudante . Havia um tempo em que fui ótima estudante , com excelentes notas, primeiros lugares de turma , queridinha dos professores ( apagava o quadro e levava presente nas datas certas) e disputada como parte de grupo de trabalho (fazia as pesquisas , trazia material variado e sempre tirávamos boas notas). Onde estava tudo isso?
Penetrei fundo naquele tempo e comecei a lembrar dos problemas -relâmpago de matemática que a "tia Kícia" (era o nome de uma das minhas professoras) dava com tempo cronometrado para que o primeiro que acertasse ganhasse de prêmio a merenda . E era o máximo porque era tudo que eu a-do-ra-va: Grapette e pão doce da padaria da esquina! Nunca mais esqueci do cheiro do refrigerante , o sabor daquele pãozinho e como me sentia feliz, poderosa e imbatível.
Parecia que o mundo estava em minhas mãozinhas ainda pequenas mas que se agigantavam ao saber o que podia alcançar se quisesse.
Ai, que delícia, no dia da aula de Ciências , houve um dia que a professora trouxe um coelhinho da India e foi a maior novidade- ainda lembro daquela alegria nervosa ao pegá-lo no colo e sentir seus pelos e seu corpinho frágil. E na aula de Educação física - no pátio , todos enfileirados horizontalmente , fazendo polichinelo, alongamento , correndo, jogando bola... era tão emocionante!
E foi aí que descobri a resposta que eu estava buscando : sentir de novo como naquele tempo que o mundo pode estar em minhas mãos e posso alcançar o que quiser. O segredo está naquele sentimento de invencibilidade : eu posso, eu consigo.
1 Comments:
Oi Valéria!
Obrigada pela visita ao Namastê :)
Andei lendo seu blog e também gostei muito daqui, principalmente da sua iniciativa de voltar a estudar e mudar o rumo da sua vida depois de tanto tempo!
Acredite, eu preciso ler histórias assim :)
bjs
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